3 de dez. de 2013

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Voe agora. Voe alto. Voe sem ressentimentos e pouse em outros ninhos. Cante outras canções. Voe como se eu não existisse. E quando as suas asas estiverem cansadas e você achar que deve, voe de volta. Talvez eu também já tenha voado e você encontre apenas alguns fiapos das penas que se soltaram das minhas asas. Mas não perca a oportunidade de voar. Voe agora. Voe alto. E quando o calor do seu corpo não mais fizer falta, voarei também.
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Autor: Thiago Delano, (Fragmentos).

17 de nov. de 2013

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     Sentado à beira da grande janela que dava passagem ao vento frio de um novembro chuvoso, chorei e pensei por horas. Chorei por, só agora, associar simples respostas aos meus mais individuais questionamentos. E, cá entre nós, eu já sabia de todas as respostas, só não conseguia organizá-las. Me senti duro feito rocha por ter aguentado uma ausência tão necessária e, sequer, deixar que o meu caráter se influenciasse por isso.
     E agora, com a força de mil leões, guardarei dentro de mim tudo aquilo que doeu. Talvez os leões tirem um cochilo e doa novamente. Talvez ninguém, além de mim, explique o quão forte fui. A única certeza que tenho é que a dor pela ausência vai estar comigo até o último dia da minha vida.
     As minhas lágrimas e a chuva sumiram juntas. Me virei e vi os pequenos olhinhos piscando desajeitados e me senti feliz por ter a certeza de que essa dor que me acompanha nem ele compreenderá.
     Fui rocha e serei pai no seu mais essencial significado.

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Autor: Thiago Delano, (Fragmentos).

14 de nov. de 2013

Chegou o grande dia. Hoje eu vou poder te pegar no colo, olhar nos seus pequenos olhos e dizer que quanto você é especial para mim. Deus presenteou o papai e a mamãe com uma outra vida e agora nós somos responsáveis por cuidar dessa pequena vida que surge. Vamos te amar e te proteger com a vida se preciso for, vamos poder gritar ao mundo o quanto somos felizes por sermos os pais de um filhotinho que já era tão amado antes mesmo de estar dentro da barriga da mamãe. Que Deus nos acompanhe neste dia tão especial e que você possa vir transbordando de saúde, meu filho. Papai e Mamãe te aguarda aqui fora de braços abertos, ansiosos. Não fique com medo, estaremos aqui do seu lado. Seja bem-vindo Oumeu filho!

4 de nov. de 2013

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Deixei de pensar que o meu tempo se esgotou e comecei a viver com a intensidade de uma manhã ensolarada que nasce revigorada a cada dia.
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Autor: Thiago Delano, (Fragmentos).

21 de out. de 2013


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Guardo dentro de mim uma infinidade de frascos com exemplares originais dos mais diversos cheiros da minha vida. Bons perfumes, alho dourando na panela, pão fresco saindo do forno, chuva. O estoque é farto e os frascos estão enfileirados por ordem cronológica. Eu seria capaz de apreciar o cheiro de cada um dos frascos e me lembrar da data exata de quando senti aquele cheiro pela primeira vez. A impressão que tenho é que guardo em pequenos balões um pouquinho do cheiro que o vento trás.
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Autor: Thiago Delano, (Fragmentos).

7 de out. de 2013

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Deus jamais erra. Ele só escreve na linha da nossa vida o que for do nosso mérito!

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Autor: Thiago Delano, (Fragmentos).

4 de out. de 2013

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E então eu saí.
No fundo, eu tinha plena consciência de que eu não conseguiria mas eu precisava daquela injeção de adrenalina, de sentir-me capaz. Eu precisava daquela sensação, quase platônica, de sucesso.
Voltei para casa cabisbaixo. Triste por fora e feliz por dentro.

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Autor: Thiago Delano, (Fragmentos).

2 de out. de 2013

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Juntos, a dúvida e o medo formam um casal de conselheiros imbatível.

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Autor: Thiago Delano, (Fragmentos).

27 de set. de 2013

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Me lembro de, inocentemente,  perguntar quanto custava ter felicidade e, com um sorriso de porcelana, a senhora de cabelos brancos me responder: _Menos do que se imagina. Ela se apoiava em uma bengala que foi improvisada com um pedaço de madeira, apontava com o dedo trêmulo e arqueado em direção à mesa e pedia para que eu enchesse um jarro com o leite que estava na garrafa de vidro. Imaginei que suas mãos não suportavam segurar aquela garrafa de vidro cheia de leite. Fiz o que ela me pediu e ouvi um "obrigada" tão verdadeiro que me senti abraçado. Retribuí o abraço com um breve "obrigado eu" e saí.

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Autor: Thiago Delano, (Fragmentos).

25 de set. de 2013

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     Afinal, nós nos interessamos por aquilo que nos agrada.

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Autor: Thiago Delano, (Fragmentos).

24 de set. de 2013

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Sem fôlego, continuei correndo. A impressão que eu tinha era de correr cada vez mais rápido com cada vez menos oxigênio. Eu corria tão rápido que os meus olhos lacrimejavam com o vento frio daquela madrugada. Quis conferir a retaguarda mas continuei correndo focado num ponto fixo imaginário que eu havia criado sabe-se lá porquê. Provavelmente, essa era uma forma de eu não perder o controle das minhas pernas que já se apresentavam em um estado deplorável de tremores involuntários.
Eu via faíscas verdes que oscilavam na mesma frequência dos meus batimentos cardíacos. Eu já não aguentava mais. Não sei se corri sozinho por quilômetros ou se corri sozinho por alguns metros apenas. Sei que não havia ninguém por perto, além de alguns pobres coitados deitados junto ao tapume do maior hospital da cidade. Me apoiei num vergalhão com as pernas ainda trêmulas e enxuguei as lágrimas que, mesmo sem a ação do vento frio, continuavam a percorrer meu rosto pálido.
Caminhei por mais algumas quadras escuras e percebi que a minha camisa estava suja de sangue. Fiz uma rápida conferência em mim e tive a certeza de que aquele sangue não era meu.
Quis um banho quente e uma xícara de café.

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Autor: Thiago Delano, (Fragmentos).

22 de set. de 2013

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Completamente em silêncio, pensei que um tiro doeria menos.
Eu podia ouvir os batimentos do meu coração. Acelerado. Rítmico. Forte como nunca o senti antes.
E, por alguns segundos, pensei não ter mais forças. Pensei em perder o controle mas essa não era uma opção disponível.
Decidi lidar com o medo da forma mais fácil que encontrei. Fingi não senti-lo.

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Autor: Thiago Delano, (Fragmentos).

19 de set. de 2013

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Você só toma consciência de que estava sonhando quando acorda.


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Autor: Thiago Delano, (Fragmentos).

11 de set. de 2013

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Pensei ter trocado os pés pelas mãos, pensei ter começado pelo fim e levei anos para descobrir que o fim era o começo.

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Autor: Thiago Delano, (Fragmentos).

28 de ago. de 2013

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Quis, com todas as minhas forças, sair daquele lugar.
_Porra!
Continuei descendo as escadas e tive a certeza de que aquela seria a última vez que eu me apoiava naquele corrimão. Ouvi comentários assustados com a minha decisão mas fingi não ter ouvido. Saí. Tremendo, mas saí.

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Autor: Thiago Delano, (Fragmentos).

25 de ago. de 2013

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As pedras que ferem os seus pés e não te dão apoio são dispensáveis. As pedras que ferem os seus pés e te mantém de pé merecem ser manchadas de sangue. As pedras que não ferem os seus pés e não te sustentam não deveriam existir.

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Autor: Thiago Delano, (Fragmentos).

21 de ago. de 2013

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A minha força me diferencia dos fracos e a minha coragem me diferencia dos miseráveis, entretanto, as minhas falhas fazem com que eu me iguale a todos os outros covardes. O medo inconsciente, ainda assim, é medo.


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Autor: Thiago Delano, (Fragmentos).

19 de ago. de 2013

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Sozinho e afogado nas minhas próprias palavras, me afasto do controle emocional e da decência do adulto que sou. Me faço forte mesmo tremendo de medo. 


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Autor: Thiago Delano, (Fragmentos).

14 de ago. de 2013

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Você só enxerga o que está preparado para enxergar.


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Autor: Thiago Delano, (Fragmentos).

11 de ago. de 2013

     "Segure firme a minha mão que eu te conduzirei da melhor forma possível, meu filho!"

Thiago Delano.

8 de ago. de 2013

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Sempre houve circunstâncias negativas, eu que não quis vê-las.


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Autor: Thiago Delano, (Fragmentos).

5 de ago. de 2013

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Você já não faz parte da minha rotina.


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Autor: Thiago Delano, (Fragmentos).

3 de ago. de 2013

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Inocente, eu não sabia o quão grande eram os meus planos. Eu já tinha o itinerário só não sabia como executá-lo.

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Autor: Thiago Delano, (Fragmentos).

28 de jul. de 2013

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Por inúmeras vezes, me calei gritando por dentro.

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Autor: Thiago Delano, (Fragmentos).

25 de jul. de 2013

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Me tornei inteligente e aprendi com os erros dos outros.


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Autor: Thiago Delano, (Fragmentos).

21 de jun. de 2013

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     Passei por ruas escuras e tremi.

     Passei por bosques floridos e sorri.
     Sem cordas, escalei montanhas.
     Subi o Everest sentindo o frio cortar minha pele descoberta.
     Olhei o mundo de frente, com ele troquei olhares disfarçados e fui cabisbaixo.
     Chorei.
     Sorri.
     Gritei.
     Vivi.

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Autor: Thiago Delano, (fragmentos).


16 de jun. de 2013

     "Duas ou três doses de Whisky no copo. Nenhum gelo. Me sentei, meio desajeitado, numa velha poltrona empoeirada e tornei-me pedra ao silenciar minha voz. Talvez eu não quisesse ser pedra mas a pedra que vivia em mim, como nunca, queria se mostrar rígida, silenciosa e letárgica."

Autor: Thiago Delano, (fragmentos).

13 de jun. de 2013

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Naquele dia eu deixei meu posto por volta das três horas da madrugada, fazia frio e eu estava exausto. O cansaço mental obviamente era maior do que o cansaço físico. Por quilômetros pedalei, cortando a cidade, sob uma chuva fina, pedindo a Deus que me guiasse até em casa. O medo naquele momento era maior que o cansaço. Eu via coisas assustadoras todos os dias naquele caminho.
Não me faltava responsabilidades naquele momento mas a decisão estava tomada e eu não voltaria atrás. No dia seguinte, cheguei alguns minutos antes do meu horário, o suor se mostrava frio e gatos desciam arranhando garganta abaixo. Retirei o sujo avental preto que cheirava a chocolate em pó, caminhei em direção ao maître e, com a voz trêmula e os olhos afundando em lágrimas que resistiam à queda, me despedi. Todos se assustaram, não por eu estar indo embora mas sim porque não havia ninguém que me substituísse. Saí em silêncio e apavorado com o futuro incerto, chorei de medo.

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Autor: Thiago Delano, (fragmentos).

26 de mai. de 2013

"Estarei do seu lado quando caíres. Lhe ensinarei a lição. Lhe cobrirei nas noites frias. Lhe contarei histórias e estórias, se preciso for. Serei Pai, amigo e fortaleza e lhe darei tudo que não me foi dado. Enquanto você não chega, antes de dormir, ouvirá a minha voz dizendo: _Boa noite, filhotinho."

Mamãe e Papai estão ansiosos para te abraçar!

1 de mai. de 2013

     Estou e estarei ausente por mais alguns dias. Usando, da melhor forma possível, o meu próprio tempo. Visitarei lugares inspiradores e continuarei a escrever. Aguardem, a obra está ficando maravilhosa e textos incríveis estão por vir.

16 de abr. de 2013

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     Sou responsável por me por no meu lugar e sou responsável, também, por sair dele. Eu escolho as minhas falhas, as minhas alegrias e os meus sapatos. Eu escolhi aquelas lágrimas. Eu escolhi. E, por isso, não me arrependo delas. Faço das minhas decisões um momento em que posso sentir-me mais perto de mim mesmo e deposito em mim a confiança que não me foi confiada.

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Autor: Thiago Delano, (fragmentos).

11 de abr. de 2013

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     Assustei-me com a sensação de vazio que senti. Trinta horas sem vê-la já era o suficiente para me fazer sentir o cheiro dos seus cabelos mesmo estando a quilômetros de distância. Trinta horas se fez muito tempo em pouco tempo. Percebi um leve sorriso no canto dos meus lábios pelo reflexo da janela que estava do meu lado esquerdo. Olhei o relógio afixado na parede à minha frente, fiz cálculos e cheguei à conclusão de que as próximas 18 horas seriam muito longas. Eu queria ouvir aquela gargalhada espontânea e beijar aqueles lábios o quanto antes. _Ela é a mulher da minha vida!, pensei.

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Autor: Thiago Delano, (rascunhos).

5 de abr. de 2013

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    Fiquei parado por alguns segundos sob o sol forte que construía miragens no horizonte, observei o grande prédio cor de laranja com janelas azuis e pensei em voz alta que aquela era uma combinação de cores um tanto quanto inusitada. Entrei por uma porta de vidro que estava entreaberta, li murais de publicação interna, observei a alocação das coordenações e fui me situar na divisão de aulas. Anotei os horários e me sentei. Por alguns segundos, me lembrei das avaliações e de todo o empenho que pus em prática para conseguir aquela vaga. Me senti realizado. Aquilo era o que eu queria fazer.

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Autor: Thiago Delano, (rascunhos).

2 de abr. de 2013

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     Naquele momento, com os olhos, eu expressei um milhão de palavrões. 


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Autor: Thiago Delano, (rascunhos).

23 de mar. de 2013

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     Vi a tristeza nos olhos cheios de lágrimas da minha mãe ao ver-me partir. Eu não conseguia acalmá-la ou, sequer, abraçá-la; demonstrações de afeto sempre foram muito difíceis na minha infância. Em uma das mãos, ela segurava o número de telefone que foi anotado rapidamente e que eu a entreguei segundos antes de sair. Eu me sentia a pessoa mais irresponsável do mundo. Muito jovem, eu não tinha as mínimas condições de enfrentar as barreiras que a vida me ofereceria. Tentei não prolongar as explicações, tentei não chorar, tentei ser responsável fazendo uma irresponsabilidade.
     Eu já havia caminhado 10 ou 15 metros e olhei uma última vez pra trás, vi minha mãe chorando e não contive as lágrimas. Chorei por ter que deixá-la, chorei por ter que fazer-me adulto antes do tempo e acenei uma última vez.
     "_Vá meu filho, mas se você precisar pode voltar". Ouvi e, com a cabeça, fiz sinal de positivo sem conseguir dizer uma palavra sequer. Em pensamento, pedi que Deus a confortasse e continuei caminhando.

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Autor: Thiago Delano, (rascunhos).

19 de mar. de 2013


     Hoje, quando acordei, me pus de pé sonolento e com os olhos ainda vermelhos. Conversei com Deus por alguns minutos. Pronto pra sair, me sentei novamente na cama e fiquei pensando em como a vida é incerta. Caminhos opostos, dificuldades, barreiras. No fim, senti orgulho de mim mesmo e tive a certeza de que tomei as decisões certas. Ao sair, vi o sol nascendo e agradeci por poder viver mais um dia.

Autor: Thiago Delano

11 de mar. de 2013

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     Sentei-me numa cadeira de balanço e senti o encosto frio me arrepiar a nuca. Apreciei o balançar da cadeira por alguns segundos e elevei meus olhos, no céu azul reluzente com o sol se pondo em tons de dourado vi dois pássaros voando juntos em direção ao horizonte. Voavam tão alto que nem o bater das suas asas era percebido. Os segui com os olhos até que os seus movimentos se igualaram ao balançar das árvores no distante horizonte. Sumiram em silêncio.
     Voei com eles em pensamento por certo tempo de uma forma tão verdadeira que pude sentir a brisa soprando meu rosto. Respirei fundo e percebi que a cadeira já estava imóvel. Deixei-os seguir viagem.

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Autor: Thiago Delano, (rascunhos).

7 de mar. de 2013


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     Naquele dia me pus de pé um pouco mais cedo do que de costume. Ainda escuro, não senti sono algum. Tomei uma xícara de café, fiz algumas reflexões mentalmente e saí. O portão fez um barulho metálico e se abriu em estalos. Cedendo à minha própria resistência, olhei pra trás e me emocionei, aquela era a última vez que eu passava por aquele portão. Não voltei. Senti raiva por um tempo que logo passou, tive dificuldades que superei e senti saudade que perdurou.
     Anos depois, percebi o quanto aqueles acontecimentos mudaram a minha vida. Tornei-me outra pessoa; melhor, mais responsável e com outras visões. As verdadeiras amizades se firmaram novamente com o tempo e o que ficou daquilo tudo foi nostalgia. Prefiro me lembrar dos bons momentos, apenas.

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Autor: Thiago Delano, (rascunhos).

2 de mar. de 2013

     Experimente perdoar. Perdoe quem mereça ser perdoado, quem te pede desculpas, quem te abraça depois de discordarem e perdoe também quem olha nos teus olhos. Experimente desprezar. Despreze quem mente, quem engana e quem maltrata. O desprezo é muito mais doloroso que cem palavras arrogantes ditas num momento de discussão. Perdoe mas antes, despreze.

Autor: Thiago Delano

28 de fev. de 2013

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Menino, ensaio a velhice vivendo o hoje.

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Autor: Thiago Delano, (rascunhos).

27 de fev. de 2013

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   Havia duas ou três semanas que eu não via a minha mãe. Acho que ela estava jogando conversa fora com os amigos ou viajando à trabalho, sei lá. Ela não avisou que ficaria alguns dias fora e ninguém se preocupou pois os sumiços eram corriqueiros.
    Já era fim de tarde quando ela chegou. Foi direto ao banheiro pois parecia cansada e precisava de um banho. Do portão de entrada até chegarmos à porta do banheiro eu tentei segurá-la pela mão exprimindo minhas saudades mas ela se esquivava e dizia: "_Me deixe em paz!". Eu não entendia direito o que estava acontecendo e pensei que ela estivesse cansada demais pra conversar comigo por alguns minutos antes do banho.
    Não vi quando ela saiu do banho e só fui vê-la novamente um mês depois.
    Eu não me recordo destes fatos, e nem poderia, eu tinha pouco mais de um ano de idade.

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Autor: Thiago Delano, (rascunhos).

26 de fev. de 2013

     Sonhar é dar sentido à vida. Quando se sonha, o valor de cada conquista é muito maior e dá mais satisfação. Uma vida sem sonhos é uma vida banal. Eu vivo cada dia buscando um amanhecer ensolarado, uma noite quente pra dormir e querendo que uma gargalhada entoe no silêncio de um mundo triste. No fim, tudo que se quer é a realização daquele sonho antigo. Talvez ele se realize, talvez não.

Autor: Thiago Delano

23 de fev. de 2013

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     Eu não me sentia bem. Náuseas e uma certa tontura me incomodavam um pouco. Fui ao banheiro e, em vão, tentei me animar com água fria no rosto. A sensação que eu tinha era de 39º de febre e um caminhão sobre os meus ombros. Olhei o ponteiro prateado do relógio que marcava 7:58h e me dei conta de que já estava na hora. Entrei e me sentei numa cadeira fria na porção mais escura do grande auditório que estava sendo usado na seleção, recebi a prova e comecei a respondê-la. Saí algumas vezes para aliviar a tensão, fiz ânsia duas ou três vezes mas resisti.
     Eu não conseguia agradecer e muito menos sorrir quando recebi a notícia de que eu havia sido aprovado.
     Levei horas até chegar em casa e, pelo caminho, a única coisa que eu tinha em mente era o quão feliz eu estaria no dia seguinte.

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Autor: Thiago Delano, (rascunhos).

22 de fev. de 2013

     Nós nunca temos certeza de nada. Não temos certeza se o sol vai se pôr e muito menos se ele vai nascer novamente. É por essa incerteza que nós vamos levando a vida; buscando um lindo pôr do sol, um lindo amanhecer e uma vida sem arrependimentos. Ame. Se esforce. Respire fundo e aceite os desafios. Afinal, o sol pode não se pôr e a clara manhã de Domingo pode nunca chegar.

Autor: Thiago Delano
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    Senti um solavanco. Levei a mão direita à nuca como se quisesse segurar a dor, fiquei tonto e me apoiei na parede grossa azulada ao meu lado, eu queria saber se sangrava. Nada de sangue. Ouvi risadas mas não senti raiva ou, sequer, quis revidar. Juntei os livros e cadernos que caíram e fiquei no canto da sala até a aula acabar. A sirene soou alto e a professora não percebeu nada. Eu havia escrito algumas coisas no caderno empoeirado, nada legível. Fui o último a sair.
    Alguns dias depois, envergonhado e desviando o olhar como se nada tivesse acontecido, fingindo ser amigável e sendo insuportável, o mesmo garoto que havia me acertado pediu as respostas de algumas atividades que estávamos fazendo em sala de aula. Não. Foi essa a pequena e única palavra que eu usei olhando no fundo dos olhos dele. Assustado ele saiu e eu não me lembro de ele ter falado comigo uma outra vez.
    Chega! Eu havia decidido não mais me calar. Eu não iria mais repassar as tão importantes respostas das atividades e muito menos me silenciar quando algo me incomodasse. Eu tinha chegado ao máximo de paciência que eu poderia ter. Nos dias seguintes eu ouvi alguns comentários a respeito da minha mudança de comportamento, isso incomodava algumas pessoas mas não me importei.
    Levou um certo tempo e foi desgastante mas eu aprendi a me impor. Fiz isso sozinho. Nenhum conselho. Nenhuma influência.

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Autor: Thiago Delano, (rascunhos).

19 de fev. de 2013

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Olhando o verde do campo, sentindo cheiro do mato sendo roçado, eu me sentava no balanço sob a imensa mangueira do quintal e me divertia sozinho. Acho que me tornei independente mesmo antes de saber o que isso significava. Naquele dia eu coloquei alguns vaga-lumes num pote de vidro e me lembro de sentir o cheiro forte dos insetos e soltá-los logo depois da captura, afinal, eu não iria mostrá-los a ninguém. Senti vontade de conversar mas fui dormir.

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Autor: Thiago Delano, (rascunhos).

16 de fev. de 2013

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    Naquela manhã senti fome e sono, continuei deitado e olhando o teto com o pensamento vago por alguns minutos. Eu não queria me levantar, mesmo assim, saí. O dia ainda estava escuro e eu fui fazendo planos pelo caminho, isso era o que eu fazia de melhor.

    Com as mãos já calejadas pelo trabalho árduo nos dias anteriores e com o pensamento em dias melhores comecei a carpir. O suor escorria pela testa. Eu gritava por dentro e tentava não pensar na triste realidade daqueles dias.
    No fim da tarde, peguei uma nota amassada como pagamento e enfiei no bolso da calça suja de terra, passei no mercado e fiquei olhando as prateleiras, fiz cálculos, peguei alguns pacotes e fui pra casa. Não me sobrou troco algum. Enquanto eu comia uma fatia de pão com manteiga e tomava uma xícara de café, me perguntaram como tinha sido meu dia, fiz silêncio por alguns segundos e respondi: "Foi bom". A única coisas que eu queria naquele momento era um banho. Fiquei alguns minutos debaixo do chuveiro e chorei.

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Autor: Thiago Delano, (rascunhos).

14 de fev. de 2013

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     Selma se via num espelho empoeirado de reflexo turvo se apoiando na bacia branca da pia, lágrimas surgiam em seus olhos, a impressão que ela tinha era que a senilidade havia chegado rápido demais e isso a assustava. Pensando em voz alta, Selma exprimia as vontades da infância imaginando o que poderia ter feito. Aquele suéter que ela tanto queria e não comprou, o filme que ela nunca viu ou o livro que ela nunca leu. Gastou muito tempo sentindo raiva e chorou. Gastou  lápis e papel com planos e envelheceu.

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Autor: Thiago Delano, (rascunhos)
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8 de fev. de 2013

     Sentado em frente à lareira segurando nas mãos uma caneca de chá, rezo para que os meus esforços não sejam em vão e me aqueço do frio.

Autor: Thiago Delano

7 de fev. de 2013

     A sua boca nega em palavras o sofrimento, as suas mãos estão dentro do bolso e a sua respiração é imperceptível mas os seus olhos estão cheios de lágrimas e denunciam o quão triste está seu coração.

Autor: Thiago Delano

6 de fev. de 2013

     Em algum lugar, sentado ao sol, estarei pensando em nada e em tudo ao mesmo tempo, com um leve sorriso nos lábios e um pouco de areia nos pés, paralisado, perplexo, contemplando o pôr do sol e tendo a certeza de que mais um dia foi vivido e não desperdiçado.

Autor: Thiago Delano

5 de fev. de 2013

"Never mind, I'll find someone like you
I wish nothing but the best for you, too
Don't forget me, I beg, I remember you said
Sometimes it lasts in love
But sometimes it hurts instead"
Trecho de 'Someone like you', Adele.

4 de fev. de 2013

     Ser Pai

     Ser pai, acredito eu, vai além de assumir uma responsabilidade; é dar
valor ao que as pessoas empobrecem, é fazer uma criança brincar com um
sorriso nos lábios e mantê-lo por toda a sua vida, é contribuir para
que lágrimas caiam em quantidades mínimas de uma infância tão frágil,
é fazer com que, no futuro, uma pequena criatura queira ser igual
àquele cara que contava histórias ao anoitecer e que sempre a segurava
pela mão quando as suas pernas tropeçavam. Quando se cresce, esses
pequenos gestos já não fazem tanta falta, mas o vazio que os substituem
dói. Não tive a oportunidade de me espelhar em alguém enquanto
crescia, sou o que "eu me fiz" e carrego comigo o orgulho que meu pai
deveria carregar.


Autor: Thiago Delano.

3 de fev. de 2013

Se, em algumas situações, lhe faltam as palavras para dizer, escreva.

Autor: Thiago Delano.