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Me lembro de, inocentemente, perguntar quanto custava ter felicidade e, com um sorriso de porcelana, a senhora de cabelos brancos me responder: _Menos do que se imagina. Ela se apoiava em uma bengala que foi improvisada com um pedaço de madeira, apontava com o dedo trêmulo e arqueado em direção à mesa e pedia para que eu enchesse um jarro com o leite que estava na garrafa de vidro. Imaginei que suas mãos não suportavam segurar aquela garrafa de vidro cheia de leite. Fiz o que ela me pediu e ouvi um "obrigada" tão verdadeiro que me senti abraçado. Retribuí o abraço com um breve "obrigado eu" e saí.
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Autor: Thiago Delano, (Fragmentos).