17 de jul. de 2014

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   A alma carece de amor e nós condicionamos, à nossa maneira, a intensidade desta carência. Alguns precisam de uma boa dose do mais puro amor e outros fingem não precisar.

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Autor: Thiago Delano, (Fragmentos).

8 de jul. de 2014

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     Nunca gostou muito de doces mas não dispensava uma barra de chocolate. Amargo, de preferência. Comia, às vezes, doce de queijo e de figos. Pensando bem, ele gostava de doces. Mais de alguns que de outros mas, gostava sim. Tinha medo de morcegos desde criança. Talvez porque tenha presenciado uma cena digna de filmes de terror. O morcego, a sua avó e sangue, aos pés do fogão de lenha que fumegava enquanto cozinhava o feijão preto que comiam todos os dias. Jamais entendeu o porquê daquele ataque.
     Era impossível ser mais normal que ele. Tinha os mesmos medos e as mesmas aflições que todo mundo.
      Então, por que falarmos dele?
     Ele nunca foi bom com as palavras. Talvez, se escrevermos a sua história, ele possa voltar no tempo e reescrever o seu passado; dizendo o queria ter dito ou usando as mesmas palavras que usou, fazendo o que queria ter feito ou não, sendo a mesma pessoa que foi ou não. Isso faria das suas lembranças e da sua existência, plenas no seu mais profundo significado.
     Ele foi rude quando não devia e aprendeu levando bofetadas da vida. Comprou a felicidade com pouco ou nenhum dinheiro.
   
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Autor: Thiago Delano, (Fragmentos).